segunda-feira, 30 de julho de 2012

Traição e suas consequências


As Sagradas Escrituras afirmam que os maridos devem amar suas esposas e que essas devem ser submissas a seus maridos (Ef 5:22). Ela ensina também que os cônjuges devem se esforçar para conservar o matrimônio puro (v. 27). A Bíblia diz: “Portanto, cuidai de vós mesmos, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade” (Ml 2:15).
A questão da infidelidade no casamento não é recente, nem produto de novas filosofias.  Esses casos extraconjugais têm acontecido há milhares de anos. [20]   De acordo com os resultados de uma pesquisa feita pela revista Veja, 60% dos homens já foram infiéis.  De acordo com a pesquisa, os principais motivos são: Atração, problemas no casamento e circunstâncias.

De acordo com a mesma pesquisa, 47% das mulheres também já foram infiéis.  Os principais motivos por elas citados são: Insatisfação com o parceiro, vontade de experimentar outro parceiro, falta de amor e atração.  Nessa mesma pesquisa, 59% dos homens disseram que sentiam vontade de serem infiéis pela insatisfação no relacionamento, atração e instinto sexual.  Continuando, 55% das mulheres entrevistadas, disseram que sentiam a mesma vontade pela atração, insatisfação no casamento e raiva.  A conclusão tirada dessa pesquisa foi que homens traem por razões ligadas à sexualidade e as mulheres por motivos ligados ao casamento e também vingança.  As traições costumam ocorrer nos quatro primeiros anos de união.  A maioria dos homens e mulheres tem vontade de ter um caso.  Eles não o fazem por falta de oportunidade.  Elas, por não querer que o marido lhes faça o mesmo.

O adultério está se tornando cada vez mais comum e normal em nossos dias.  “O que outrora era rotulado de adultério, escondendo um estigma de culpa e embaraço agora é um ‘caso’ – uma palavra que soa bem, convidativa, envolta em mistério, fascínio e emoção – um relacionamento e não um pecado”.

O “caso” está se tornando uma aventura.  Porém, adultério nunca foi aceito pela sociedade.  “Em um estudo feito pelo antropólogo J. S. Brown descobriu-se que, dentre oitenta e oito sociedades, em várias partes do mundo 89% desses grupos puniam seus cidadãos quando eram descobertos envolvidos em um caso extraconjugal”.

Existem vários motivos que podem levar ao adultério.  A maioria dessas
causas recebem influência da época antes do casamento.  Traços negativos de caráter ou idéias desenvolvidas na adolescência ou na época do namoro podem colaborar para a infidelidade conjugal.

Um adolescente, “... quando deixa de ser sexualmente controlado pela consciência dos pais e passa a ser governado pela própria consciência, tende a fazer diariamente inúmeras opções, variadas escolhas”. Escolhas como a de um “rapaz que olha os quadris antes da alma, que olha as pernas e não a personalidade – esse fracassará na vida sexual e fracassará no casamento”.

Além disso, num namoro, deve-se ter limites.  É bom “... desenvolverem um controle sobre as intimidades físicas [no namoro]”, principalmente se isso leva ao sexo.  “Sexo antes do casamento não garante um bom relacionamento sexual depois de casados; pelo contrário, há muitos casos problemáticos na área decorrentes de um envolvimento físico quando o casal ainda namorava”. Porque “... o relacionamento sexual prematuro cria confusão sobre os verdadeiros sentimentos de um para com o outro, cria também culpa, além de quebrar a comunicação”. Uma pessoa, sem perceber, pode estar preparando sua mente para um ato de infidelidade no futuro.

O pecado sexual nunca acontece por acaso.  As pessoas não caem de repente num ato sexual ilícito apenas por terem uma oportunidade diante de si.  Sempre há uma preparação específica.  Esta preparação chama-se experiência ‘pré-sexual’.  As experiências pré-sexuais são experiências da mente e ações que excitam, preparam ou desenvolvem nossos impulsos sexuais. [30]

Se um(a) jovem ou mesmo uma pessoa casada não controla seus impulsos tenderá a procurar saciá-los.  “O que adultera com uma mulher está fora de si; só mesmo quem quer arruinar-se é que pratica tal coisa” (Pv 6:32).  “O ato de infidelidade é o resultado de desejos, pensamentos e fantasias descontroladas”. [31]   Se um homem alimenta desejos e fantasias, desejará praticá-los.  “A mente de um homem ou mulher não decai num momento da pureza e santidade para a depravação, corrupção e crime”. [32]   Portanto, “Se quer de fato ter a rédea do instinto sexual nas mãos deve também ter nas mãos as rédeas de seus pensamentos e seus sentimentos”. [33] 

As necessidades insatisfeitas de um cônjuge são os maiores contribuintes para o adultério.  Ao se suprir essas necessidades pode-se evitar a infidelidade.  Uma dessas necessidades é a atenção.

Um marido que não presta atenção na casa arrumada, num prato especial que a esposa fez para o jantar, no novo corte de cabelo dela está perto de perder o casamento.

Outra necessidade é a aceitação. Tentar mudar a cônjuge é insultá-lo.  Você só estará empurrando ele para os braços de outra pessoa.  “Toda pessoa tem uma necessidade profundamente arraigada de ser aceita pelo seu valor individual”.

A afeição também é outra necessidade de peso num relacionamento.  Afeto e carinho precisam existir em um casamento.  Se eles não estão presentes quebra a comunicação.  “Muitos cônjuges traem por nada mais, a princípio, do que o desejo de um pouco de afeição”.

Admiração entre o casal também é importante.  “Para cada comentário negativo que um pai ou mãe faz a uma criança precisa fazer quatro comentários positivos para conservar o equilíbrio.  Assim acontece no casamento”. Falta de atividades mútuas num casamento pode levar à monotonia, e conseqüentemente, à busca para preencher esse espaço.  “Os destruidores dos lares são freqüentemente, o trabalho, a firma e a carreira”.

Quando o trabalho e atividades particulares tomam conta do tempo o parceiro se sente deficiente.  A infidelidade, na maioria das vezes, só acontece quando há falhas no relacionamento.  “Os dois são fiéis quando se estimulam amorosamente a crescer, a soltar as próprias capacidades, a seguir as próprias perspectivas”.

Outra causa perigosa é a “tentação” a qual uma pessoa é exposta.

“Na maior parte dos casos não se trata de uma necessidade de libertação por parte dos membros do casal, frente à insatisfação de sua maneira de viver, mas sim da procura de um substituto para a medíocre relação do casal”. Satanás se aproveita dessa situação e ataca.  “A infidelidade é um sintoma de um problema mais grave.  É sinal de que algo está errado no relacionamento familiar”.

É nesse momento de fraqueza que ele ataca.  Davi chegou a esse momento de fraqueza, pois estava preocupado com o destino da nação, que estava em guerra, sua mente estava cheia de problemas.  “Foi o tentador que havia sugerido o pecado, e Davi devia havê-lo apartado com um ‘retira-te de mim Satanás!’ (Mc 8:33)”. “Se, portanto em qualquer momento você se sentir atraído ilicitamente para alguém, leve de imediato tais sentimentos ao Senhor em oração e não se detenha até ter a certeza de estar liberto”.

O adultério sempre foi uma prática criticada e punida nos tempos antigos.  Existem documentos que provam que babilônicos, assírios, persas, egípcios, gregos e romanos castigavam esta pratica sexual.

Também na Bíblia, desde cedo o adultério é mencionado e punido, devido a ser uma pratica odiosa a Deus (Ml 2:16).  A primeira punição mencionada na Bíblia para os adúlteros é no caso de Judá e Tamar, em Gn 38:24, onde a punição é a fogueira. Outro castigo mencionado na Bíblia é o da mutilação (Ez 23:25). Um meio Talmúdico posterior é o estrangulamento. Porém, o método mais usado e com apoio bíblico era o apedrejamento, sendo o único confirmado por lei (Jo 8:5, Dt 22:22, Ez 16:40).

Deve-se notar que as penas variavam conforme o caso:
- O primeiro passo ao se pegar os adúlteros em flagrante, era levá-los ao tribunal da cidade, e na presença de duas testemunhas, era aplicada a pena de morte.
- Se os acusados de tal prática fossem ambos casados, os dois seriam apedrejados (Lv 19:20).
- Caso a relação fosse entre uma virgem desposada e um homem casado, ela tivesse sido seduzida na cidade, ambos também seriam apedrejados (Dt 22:20-22).
- Caso a relação fosse entre um patrão e uma escrava desposada, receberiam ambos chibatadas, visto este ato ser considerado não estritamente um adultério, devido à escrava ser propriedade do dono (Lv 19:20-22).
- Quando os adúlteros morriam, ocorria a extinção da linhagem familiar da parte masculina.
- Caso a opção fosse dar carta de divórcio, se a mulher fosse a adúltera, um rito de desnudação precedia a expulsão do lar, sendo em seguida lhe dado um documento de divórcio (Os 2:12, Jr 13:26-27, Ez 16:37).
- A mulher cujo marido mantinha suspeitas de infidelidade, passava pelo teste da sota, ou a lei de ciúmes de Nm 5:11-31, onde ela era obrigada a beber água com terra do tabernáculo, jurando que caso mentisse que as maldições bíblicas caíssem sobre ela. [55]

No Novo Testamento as punições já são mais brandas.  Devido à perda de autonomia, os judeus não mais matavam os adúlteros, embora ocasionalmente ocorressem apedrejamentos (Jo 8:5). Porém, esta prática foi abandonada pela Igreja Cristã.  A primeira referencia ao adultério é de forma velada, onde o concílio de Jerusalém recomenda os cristãos de que se abstenham de relações sexuais ilícitas, onde a palavra grega utilizada no verso inclui o sentido de adultério (At 15:20). O castigo dado para o adultério nas cartas de Paulo é a exclusão ou a disciplina na Igreja, segundo I Co 5:1-6, além de perda da salvação conforme I Co 6:9-10.

Conseqüências Emocionais

Além das conseqüências vistas anteriormente, existem hoje as conseqüências emocionais, físicas e espirituais que afetam tanto à parte traída como a parte infiel.A parte enganada do casamento é a que mais sofre.  Devido à confiança perdida nos anos de investidos no casamento, à parte traída sofre de quatro tipos de sentimentos: A) A parte traída fica paralisada diante da situação.  O cônjuge enganado fica imóvel diante da recusa de que seu cônjuge tenha sido infiel. B) A segunda conseqüência é a autojustificação.  O cônjuge traído começa a perguntar o que ele tem de errado, já que é um bom cônjuge, pai ou mãe.  O amor próprio é ferido, sobrevindo sentimentos de incapacidade e desamor de si mesmo, ou então passa como mártir.  C) Os que se dão por vencidos são aqueles que se escoravam na parte infiel, e ao se deparar com o adultério perdem toda à vontade de viver.  D) A vontade de vingança leva a pessoa traída a trair também. Porém, o cônjuge infiel também passa por crises emocionais, vindo todas em seqüência. O primeiro sentimento é o da culpa.  Embora a parte infiel esteja vivendo no erro, ela se sente culpada pela situação em que chegou.  A pessoa fica desesperada ao pensar nas conseqüências de suas atitudes e no quanto poderá magoar seus filhos e seu cônjuge, o que faz com que a consciência a acuse mais e mais, até que diga a verdade ou estreite ainda mais seus vínculos com a(o) amante. [O segundo sentimento é o da vergonha.  O cônjuge infiel sente cada vez mais vergonha de si mesmo, da sua situação, e do que a igreja e a sociedade irão pensar dele caso seja descoberto.  A partir daí ele passa para o terceiro sentimento, que é a perda da auto-estima, onde ele se acha a margem da sociedade, e caso não tenha ajuda, ele irá afundar-se ainda mais no pecado. Outra conseqüência é a perda da confiança e respeito de seus filhos por ele, que o passam a ver como uma pessoa imoral e sem crédito.
O terceiro aspecto de um adultério é a conseqüência física, que vem através das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). [62]   Após a revolução sexual dos anossessenta, a propagação do sexo livre levou às práticas sexuais irresponsáveis e à dimensões nunca vistas, aumentando também o número de DSTs. E, através do aumento da prática do bissexualismo, doenças que eram restritas a comunidade homossexual, como a AIDS, passaram a contaminar também os heterossexuais.

Fazer sexo com uma pessoa promíscua é entrar num terreno perigoso, já que é difícil de se saber com quantas pessoas ela teve relações sexuais, e se algumas delas estavam contaminadas.  E o pior de tudo é que, além do parceiro infiel se contaminar, a parte inocente também será contaminada sem o saber, sofrendo também as conseqüências de um ato impensado de seu cônjuge.
Finalmente, a pior conseqüência que pode vir ao adúltero é o afastamento de Deus.  Quanto mais o pecador procura preencher seu vazio espiritual com sexo ilícito, mais afastado ele se acha da comunhão íntima com Deus.  Devido ao Senhor ser um Deus santo, ele pede que Seus filhos também sejam santos (Lv 11:45).  Visto o adultério ser um ato impuro e abominável, automaticamente o pecador se distancia de Deus, o que se não for notado e consertado, poderá causar a perdição eterna.

Soluções

O adultério repercute na vida do traidor, do traído, dos filhos (se existirem), das famílias, da igreja, etc.  Esta parte limitar-se-á a procurar soluções para o problema na perspectiva dos cônjuges e o papel do pastor na situação.

A culpa que o adúltero abarca diante de Deus pode ser suprimida.  Se aceitar o dom do perdão de Deus, “nenhuma condenação há” (Rm 8:1).  As conseqüências, porém, ele leva com o cônjuge e talvez com outras pessoas.

Depois de perdoado por Deus, uma coisa a fazer é decidir se confessará o erro à pessoa atingida e pedirá perdão ou não.  A vontade de confessar deve surgir da vontade de fazer o que é certo e não cair novamente.  Às vezes a mulher ou o homem pode fazer isso com a intenção de causar dor no cônjuge, fazê-lo agir em prol do casamento ou dissolvê-lo.  Nesse caso pode ser melhor que o traidor leve isso sozinho pelo resto da vida e poupe o parceiro de uma pancada do ego.

Um cônjuge traído também pode pressionar para saber os detalhes, ficar ressentido permanentemente, agir violentamente, tratar o parceiro como de segunda categoria por estar manchado pelo ato imoral ou até buscar vingança na mesma moeda, etc.

Mas em alguns casos, principalmente se o parceiro pode saber do ocorrido por outra fonte, é melhor que se abra sobre o assunto.  Se o cônjuge é perdoado, experimenta o profundo amor revelado pelo perdão e voluntariamente reage com gratidão e apreço.

Alguém que é traído deve saber lidar com os sentimentos negativos.  Uma sensação de que o mundo desabou, um senso de dor alternado com entorpecimento, um golpe na auto-estima por ser trocado.  O homem questiona sua adequação sexual, lhe vem à mente que é incompetente.  Seu auto-respeito, baseado na sua vocação, rui e ele perde a motivação para fazer face a outros homens.

A primeira coisa que uma pessoa nessa situação deve fazer é encarar a realidade o mais objetivamente possível.  É natural que tente se apegar ao casamento e negar a realidade por causa do medo, falta de confiança própria e esperança em Deus.  Isso estimula o adultério e dá a parecer ao cônjuge que não o ama.

Se isso já foi superado, não deve, então, se autojustificar.  Há a tendência de, ardendo de auto-compaixão e justiça própria, lançar toda culpa no parceiro. Não é conveniente despertar no infiel um sentimento de culpa.  É provável que já se sinta culpado e, além disso, dessa forma, o muro de separação aumentará piorando a situação. É melhor ter uma conversa aberta e ouvir com compreensão e firmeza. Há a oportunidade de auto-avaliar e talvez encontrar em si algo que tenha facilitado o caminho do adultério. É provável que “as leis do amor, quando [foram] negligenciadas, facilita[ra]m o caminho para a ‘Causa Estatuária’”.

O que foi traído deve continuar a sua vida, não deixar seu trabalho nem abandonar sua casa.  Deve levantar os fatos antes de decidir se vai ou não continuar casado.  Deve buscar conselho, principalmente de Deus.  Deus é soberano, tem tudo sob controle e vê as lágrimas daqueles que sofrem.

O pastor deve agir na prevenção de causas e na correção e minimização das conseqüências.  Na prevenção, promovendo encontros, seminários, aconselhando os casais.  Se houver esse problema envolvendo um casal, ou quando um dos cônjuges é o traidor, o pastor dever visitar e averiguar os fatos.  O próximo passo é conscientizar o membro envolvido da posição e procedimento da Igreja, advertindo que o passo que a Igreja terá de tomar será a exclusão da pessoa do rol de membros da igreja .

Durante o presente artigo analisou-se o adultério em si e as suas causas e conseqüências.  Começou-se com a definição do adultério bíblico no Antigo e Novo Testamento, realçando a importância dada a ele pelos profetas e apóstolos.  Em seguida veio a causa emocional e psicológica do adultério, seguida das conseqüências bíblicas e modernas.  Houve também as soluções para diversos casos de adultérios, além da posição final da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

A conclusão que se chegou no presente estudo é a de que o adultério ainda hoje é considerado pecado diante de Deus.  Além de ele ter uma conotação sexual, ele também é visto como um ato que desobedece a um dos primeiros mandamentos de Deus, encontrado em Gn 2:24.  Embora as suas causas sejam naturais e até explicáveis (de certo modo), deve-se lembrar que a natureza humana é pecaminosa, e aos olhos de Deus os pecados não têm justificativa, o que atrai conseqüências físicas, morais e emocionais.  Embora este pecado tenha solução, deve-se lembrar que DEUS PERDOA O PECADOR E NÃO O PECADO.  Embora, devido às condições culturais de promiscuidade no Brasil, isto não é desculpa para os que caem em pecado, sendo o papel da Igreja discipliná-los, e até excluí-los, caso tragam escândalo, porém tratando-os com amor para que permaneçam no aprisco do Senhor.
Fonte: Portal do amor

3 comentários:

Maria Alves do Carmo 2 de agosto de 2012 às 06:29  
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo,  2 de agosto de 2012 às 06:34  

Gostei muito

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